O PROFESSOR DA ESCOLA SABATINA
Uma Sagrada Missão
A Escola Sabatina nunca será melhor do que os seus professores. Daí, portanto, a necessidade de escolhê-los bem e prepará-los convenientemente para a sua sagrada função.
Não há dúvida de que alguns já nascem com maior talento para o ensino do que outros. Entretanto, é minoria. A maior parte dos professores de êxito se fizeram através de esforço perseverante, disciplina e estudo. Isto equivale a dizer que qualquer indivíduo pode ser um bom professor, se estiver disposto a pagar o preço.
O Professor Precisa Não Apenas Saber, Mas Ser.
O que ele é tem até mais valor do que o que sabe. Ele deve ensinar pelo que diz, pelo que faz, e principalmente pelo que é.
Deve Manter Comunhão Habitual com Deus.
Isso através do estudo da Sua Palavra, da oração e do testemunho. “Se sois chamado a servir como professor, sois chamados a ser também um discípulo”.– Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 179.
O Professor Deve Ter Amor Pelas Almas.
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor”.– I João 4:7 e 8.
Ser Fiel à Doutrina.
Ele deve expor a lição segundo os ensinos doutrinários da Igreja, e não segundo suas próprias opiniões.
Freqüentar a Classe dos Professores.
É importante que os professores da Escola Sabatina se reúnam, a fim de recapitularem juntos a lição da semana. Isso promove o entrosamento entre os professores e a unidade doutrinária, além de servir de auxílio aos novos professores. Pode-se fazer uma escala entre os professores para a recapitulação da lição. O responsável pela lição deve estar bem preparado e, se possível, deve preparar um resumo que poderá ser usado pelos demais.
O Preparo da Lição
Deve começar no sábado à tarde, com uma vista geral de seu conteúdo e uma recapitulação diária durante a semana. Assim a lição se fixará de modo indelével na memória do professor e lhe dará tempo e oportunidade de extrair lições espirituais. Normalmente, um professor bem-sucedido dedicará de 3 a 5 horas de preparo durante a semana.
Esse preparo deve incluir não só o estudo da lição em si, com a conseqüente pesquisa das respostas na Bíblia, mas também as fontes adicionais, como livros do Espírito de Profecia, dicionários, concordâncias, comentários bíblicos, sites da Internet, etc.
Depois que o professor dominar todo o material e tiver uma compreensão clara do assunto da lição, deverá determinar o objetivo particular da aula e se perguntar: “Para que foi escrita esta lição? Que se pode conseguir com ela? Que resultado espiritual poderá ser alcançado na vida dos alunos?”?
Para que a lição possa ser aplicada adequadamente às necessidades dos alunos, é importante que o professor os conheça bem.
Apresentação da Lição
O professor deve apresentar-se na classe confiantemente, certo de que todos vão desfrutar desse período de estudo. Se ele se revelar hesitante e temeroso, deixará uma impressão desfavorável sobre a classe.
Para quebrar o gelo inicial, ele pode perguntar a um e outro aluno se teve alguma experiência marcante durante a semana. Em seguida, deve anunciar o título do estudo, fazer uma breve introdução e passar diretamente para os pontos principais. Se o professor não receia perder-se, pode perguntar a vários alunos qual o ponto que mais lhes chamou a atenção na lição, e então partir dessas contribuições para os seus comentários pessoais, o que tornará a classe dinâmica e participativa.
Fazendo Perguntas
Uma das qualidades mais valiosas que um professor pode adquirir é a arte de fazer perguntas. As perguntas forçam os alunos a pensar, mostram o que eles sabem, prendem a atenção e estimulam a participação. Daí a importância de saber formulá-las. As perguntas podem ser de natureza geral, em que qualquer aluno pode responder.
Certas pessoas estão sempre prontas a responder o que lhes é perguntado. Outras, não gostam de ser apontadas publicamente para responderem alguma coisa. O professor prudente deverá respeitar essas características pessoais de seus alunos ou perderá a presença deles.
O Uso de Ilustração
Um professor dinâmico sabe escolher ilustrações apropriadas para tornar clara uma verdade. Não se deve contar uma história sem motivo, ou só porque ela é divertida. É preciso que ela ajude a esclarecer o assunto.
Jesus extraía Suas ilustrações da Palavra de Deus, da natureza e da vida. “Em parábolas e comparações Ele encontrou o melhor método para comunicar verdades divinas. Em linguagem simples, usando figuras e ilustrações tiradas do mundo natural, Ele descerrava a verdade espiritual a Seus ouvintes e expunha preciosos princípios que se teriam apagado da memória deles, sem quase deixar vestígio, se Ele não houvesse relacionado Suas palavras com emocionantes cenas da vida, experiência ou natureza.” – Fund. Educação Cristã, pág. 236.
Utilize poucas e boas ilustrações, que sejam simples e compreensíveis ao aluno.
Encerre sempre a lição de modo positivo, com uma aplicação prática do tema principal, e expressando sua confiança na direção de Deus.
Unidade de Ação: Um Ambiente Familiar
O Professor deve transformar a Unidade de Ação num ambiente afetuoso e terno. É importante considerar o exemplo de Jesus. Ele se referia aos Seus discípulos como Minha mãe e Meus irmãos. “O amor de Jesus os mantinha unidos, apesar das divergências” - O Desejado de Todas as Nações, pág. 646.
O professor pode transformar a Unidade num lugar onde não apenas se estuda a Lição, mas se partilha sentimentos, se encontra encorajamento e apoio através da amizade, oração e estudo da Bíblia, e onde se dá testemunho de como Deus Se revela diariamente.
Como ele pode conseguir isso?
Criar um Clima Familiar na Unidade – Ele precisa conhecer seus alunos, seus anseios, preocupações, dificuldades, preferências individualmente. A fim de ter um conhecimento mais aprofundado das pessoas de sua classe, o tempo em classe não é suficiente. Ele precisa programar visitas informais a todos eles. Este é o melhor método para quebrar o gelo, estreitar laços e conhecer as pessoas.
O aspecto mais importante do ensino é a relação de amor. O isolamento, a formalidade e a frieza que existem em algumas classes são responsáveis pela grande ausência dos membros da Escola Sabatina.
Demonstrar Interesse pela Vida do Aluno – Preparar uma lista completa com nome, data de nascimento e endereço de todos os seus alunos, e mantê-la atualizada. Isso é de suma importância, pois assim você terá as informações necessárias para a realização das visitas.
Usar o cartão da Escola Sabatina adequadamente; não apenas por razões estatísticas. Sabiamente usados, eles fornecem sugestões sobre como demonstrar interesse pelas pessoas. Eles fornecem informações sobre quem está presente, quem não veio, e quem são as visitas.
Envolver-se Com os Alunos – Organizar atividades sociais que envolvam a todos. Muitas pessoas hoje são membros batizados porque sua primeira festa de aniversário foi realizada na Escola Sabatina. Isso fez a diferença.
Atender os Alunos Ausentes – Não esqueça de visitar os alunos ausentes. Além disso, faça um cartão em nome de todos os seus alunos e que expresse os sentimentos da classe acerca do aluno faltoso, e entregue-o pessoalmente. Ajude aquela pessoa que está passando por momentos difíceis de doença na família, ou que perdeu um ente querido, ou que passa por algum outro problema.
Amar é Dar Atenção - Dirija-se aos seus alunos de forma pessoal. Isso ajuda a criar um clima e a formar uma “classe familiar”. Faça comentários do tipo: “Ana, sua mãe já saiu do hospital?” “Marcos, que bom vê-lo de volta das férias. Como foi de viagem?” “Visitei a Neila. Sua filhinha esteve hospitalizada, por isso não tem estado conosco. Vamos orar pela saúde de sua filha. Quem poderia visitá-la hoje à tarde?” “O Roberto perdeu o emprego. Vamos orar por ele e ajudá-lo nessa busca. Ele é contador, se alguém souber de alguma vaga nessa área é só informá-lo. Seu telefone é...”
Essa é a espécie de atenção que torna a classe uma verdadeira família. Os alunos são autênticos e abertos entre si, porque há confiança e isso permite compartilhar sentimentos em um nível mais profundo.
O Professor e o Ensino
Ensinar é a própria razão de ser da Escola Sabatina, cujo objetivo é levar as pessoas para mais perto de Cristo e torná-las mais semelhantes a Deus no caráter. É claro que para alcançar esse objetivo não se pode confundir “ensinar” com “informar”. Mais do que a aquisição de conhecimento é a mudança de atitude que indica que o objetivo foi alcançado.
Todos Podem Aprender a Ensinar - Poucas pessoas têm o “dom” de ensinar, mas todas podem aprender e utilizar as “técnicas” do ensino ou métodos mais eficientes.
Ensinar a Verdade de Forma Atrativa - As verdades devem ser apresentadas de uma forma tão atrativa e interessante que os alunos que participam do estudo se entusiasmem cada vez mais não só com o conhecimento, mas principalmente com a aplicação à sua vida.
Evitar o Discurso – Apesar desse método já ter sido muito utilizado na Escola Sabatina, não é o correto.
“Não é o melhor plano falarem os professores, unicamente, mas devem levar a classe a dizer o que sabe. Então, com umas poucas observações ou ilustrações claras e breves, deve o professor gravar-lhes na mente a lição.” – Ellen G. White, Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 115.
Método Participativo - Esse é o método ideal. O professor apresenta os pontos principais através de perguntas-chave, atrai a atenção e estimula a participação dos alunos. Os alunos pensam e se expressam trocando idéias e participando do estudo.
“As palavras são mais que um indício do caráter; têm poder de reagir sobre o caráter. Os homens são influenciados por suas próprias palavras”.– Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, pág. 575.