Mídia secular brasileira ignora casos de "cristofobia"
Em um artigo escrito para o Jornal do Brasil, o jurista Ives Gandra da
Silva Martins afirmou que a mídia ignora ou dá pouco destaque à
perseguição de cristãos nos países de maioria muçulmana. Usando como
base um artigo escrito por Ayaan Hirsi Ali, publicado na revista
Newsweek, o jurista afirma que o Brasil é um país modelo, por respeitar a
liberdade religiosa e de crença, "inclusive aqueles que negam todos os
credos". Falando sobre o destaque que a mídia brasileira dá a casos de
agressões a homossexuais, o jurista reclama que quando matam cristãos
nos países islâmicos, a informação é divulgada sem alarde: "Ocorre,
todavia, que as notícias sobre essa 'cristofobia islâmica' são
desconhecidas no país, com notas reduzidas sobre atentados contra os
cristãos, nos principais jornais que aqui circulam. Um homossexual
agredido é manchete de qualquer jornal brasileiro. Já a morte de dezenas
de cristãos, em virtude de atos de violência planejados, como expressão
de anticristianismo, é solenemente ignorada pela imprensa."
O
renomado jurista Ives Gandra da Silva Martins comenta o artigo de Ayaan,
ressaltando o relato de que ao menos 24 cristãos foram mortos em uma
igreja incendiada no Egito em 2011, e que na Nigéria, no dia de Natal,
dezenas de cristãos foram assassinados ou feridos, além de outros casos
de perseguição.
Confira abaixo a íntegra do artigo "O crescimento da cristofobia", publicado no Jornal do Brasil:
Ayaan
Hirsi Ali publicou na revista Newsweek, de 13 de fevereiro passado,
artigo fartamente documentado sobre a guerra que os países islâmicos
estão desencadeando contra os cristãos, atingindo sua liberdade de
consciência, proibindo-os de manifestarem sua fé e assassinando quem a
professa individualmente ou mediante atentados a Igrejas ou locais onde
se reúnam.
Lembra que ao menos 24 cristãos foram mortos pelo
exército egípcio, em 9 de outubro de 2011; que, no Cairo, no dia 5 de
março do mesmo ano, uma igreja foi incendiada, com inúmeros mortos; que,
na Nigéria, no dia de Natal de 2011, dezenas de cristãos foram
assassinados ou feridos, e que no Paquistão, na Índia e em outros países
de minoria cristã a perseguição contra os que acreditam em Cristo tem
crescido consideravelmente. Declara a autora que "os ataques terroristas
contra cristãos na África, Oriente próximo e Ásia cresceram 309% de
2003 a 2010". E conclui seu artigo afirmando que, no Ocidente, "em vez
de criarem-se histórias fantasiosas sobre uma pretensa 'islamofobia',
deveriam tomar uma posição real contra a 'cristofobia', que principia a
se infestar no mundo islâmico. Tolerância é para todos, exceto para os
intolerantes".
Entre as sugestões que apresenta, está o Ocidente
condicionar seu auxílio humanitário, social e econômico a que a
tolerância para com os que professam a fé cristã seja também respeitada,
como se respeita, na maioria dos países ocidentais, a fé islâmica.
Entendo
ser o Brasil, neste particular, um país modelo. Respeitamos todos os
credos, inclusive aqueles que negam todos os credos, pois a liberdade de
expressão é cláusula pétrea na nossa Constituição. Ocorre, todavia, que
as notícias sobre esta "cristofobia islâmica" são desconhecidas no
país, com notas reduzidas sobre atentados contra os cristãos, nos
principais jornais que aqui circulam. Um homossexual agredido é manchete
de qualquer jornal brasileiro. Já a morte de dezenas de cristãos, em
virtude de atos de violência planejados, como expressão de
anticristianismo, é solenemente ignorada pela imprensa.
Quando da
Hégira, em 622, Maomé lançou o movimento islâmico, que levou à invasão
da Europa em 711 com a intenção de eliminar todos os infiéis ao profeta
de Alá. Até sua expulsão de Granada - creio que em 1492 - os mulçumanos
europeus foram se adaptando à convivência com os cristãos, sendo que a
filosofia árabe e católica dos séculos 12 e 13 convergiram,
fascinantemente. Filósofos de expressão, como Tomas de Aquino, Bernardo
de Claraval, Abelardo, Avicena, Averróes, Alfa-rabi, demonstraram a
possibilidade de convivência entre credos e culturas diferentes.
Infelizmente,
aquilo que se considerava ultrapassado reaparece em atos terroristas,
que não dignificam a natureza humana e separam os homens, que deveriam
unir-se na busca de um mundo melhor. Creio que a solução apresentada por
Ayaan Hirsi Ali é a melhor forma de combater preconceitos, perseguições
e atentados terroristas, ou seja, condicionar ajuda, até mesmo
humanitária, ao respeito a todos os credos religiosos (ou à falta
deles), como forma de convivência pacífica entre os homens. É a melhor
forma de não se incubarem ovos de serpentes, prodigalizando auxílios que
possam se voltar contra os benfeitores.
[Fonte: criacionismo.com.br - Gospel Mais]